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Chelsea Manning, condenada por espionagem, é solta após sete anos de prisão

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Chelsea Manning, condenada por espionagem, é solta após sete anos de prisão

Chelsea Manning foi liberada nesta quarta-feira (17) da prisão militar norte-americana de Fort Leavenworth, no Kansas, nos EUA, após cumprir pena de sete anos. Manning foi presa por vazar diversos documentos do exército dos Estados Unidos para a plataforma WikiLeaks — os arquivos tocam em assuntos que vão desde a vigilância sobre cidadãos até vídeos mostrando helicópteros dos EUA disparando e matando civis em Bagdá, capital do Iraque, em 2007.

Obama esperou até o último momento de seu mandato para perdoar Manning, o que não deve ser louvado

Podemos dizer que Manning passou por muitos problemas e desafios dentro da prisão durante o período em que esteve lá: desde o processo de transformação sexual, a depressão, o confinamento solitário, a greve de fome até duas tentativas de suicídio. Ao longo desses sete anos, o ex-presidente norte-americano Barack Obama nada fez sobre o caso, porém, nos últimos dias de seu mandato, assinou uma comutação de pena. Dessa forma, Chelsea Manning, que ficaria presa até 2045 (35 anos), pode ser solta hoje.

Também vale notar que as condições de detenção de Manning na base militar de Quantico (Virgínia, EUA) foram consideradas desumanas e ilegais. A Amnistia Internacional julgou o tempo que Manning ficou em Quantico como “tortura”, já que ela foi submetida à privação de sono, nudez forçada e diversas formas de tortura psicológica por delatar ao mundo os crimes cometidos pelo governo norte-americano.

Manning foi presa em maio de 2010, após traição do hacker Adrian Lamo

Na semana passada, com a certeza de que a liberação estava mais próxima, Manning escreveu o seguinte: “Pela primeira vez, posso ver um futuro para mim como Chelsea. Posso imaginar sobreviver e viver como a pessoa que sou e finalmente posso estar do lado de fora no mundo. A liberdade é algo com o qual costumava sonhar, mas nunca me permiti imaginá-la totalmente”, disse.

Quando Manning chegou ao exército norte-americano, ela não se chamava Chelsea: era o soldado Bradley. Contudo, seguindo uma linha similar ao presenciado pelo delator Edward Snowden, que está refugiado na Rússia, Bradley vazou mais de 70 mil documentos militares e telegramas diplomáticos mostrando como os EUA lidavam com relações, população e “inimigos de guerra”.

Manning foi presa em maio de 2010 após traição do hacker Adrian Lamo, que entregou diversas conversas que teve com ela aos agentes de investigação do exército norte-americano, provando a delação contra o governo. Lamo é considerado um traidor pela Hackers on Planet Earth (Hackers no Planeta Terra).

Bradley/Chelsea

Exatamente às 9h50 (horário de Brasília), Chelsea Manning publicou no Twitter a primeira imagem fora da prisão. “Os primeiros passos da liberdade”, escreveu. Agora, longe de toda a tortura sofrida pelo governo norte-americano, Manning poderá completar a transição como mulher transgênero.

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