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Comissão questiona precisão do reconhecimento facial usado pelo FBI

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Comissão questiona precisão do reconhecimento facial usado pelo FBI

Atualmente, aproximadamente 117 milhões de pessoas fazem parte do banco de dados do sistema de reconhecimento facial criado pelo FBI (Federal Bureau of Investigation). As informações foram reunidas a partir de informações das carteiras de motoristas de cidadãos com idade superior a 18 anos em 26 estados norte-americanos. Acontece que 80% dos listados sequer cometeu crime algum e isso vem trazendo complicações. Para piorar, o software não é preciso como deveria. Por essas razões, a Comissão da Câmara para Supervisão e Reforma do Governo (House Committee on Oversight and Government Reform) vem questionando a eficácia dessa ferramenta.

15% das buscas os algoritmos atribuíram a mulheres negras transgressões que elas nunca cometeram

Os arquivos começaram a ser alimentados em 2010 com a chamada Nova Geração de Identificação, que surgiu para substituir a estrutura baseada em impressões digitais. O problema é que ninguém avisou a população que ela estava sendo fichada sem nem mesmo ter feito nada de errado. Isso só veio à tona em 2015.

Além da impopular decisão tomada pela agência federal, a central começou a apresentar falhas graves: em 15% das buscas os algoritmos atribuíram a mulheres negras transgressões que elas nunca cometeram. “O reconhecimento facial é uma ferramenta poderosa que a lei pode usar para proteger as pessoas, suas propriedades, nossas fronteiras e nação”, disse o presidente da comissão, Jason Chaffetz.

“Mas também pode ser usado por pessoas mal-intencionadas para assediar e perseguir indivíduos e de uma forma que limita a liberdade de expressão e livre associação, ao buscar as pessoas que participam de certas reuniões políticas, protestos, igrejas ou outros tipos de lugares públicos. “

O diretor-executivo do centro de privacidade e tecnologia Georgetown Law afirma que a falta de supervisão e regulação dessa iniciativa do governo tem consequências perigosas para a sociedade. “Nenhuma lei federal controla essa tecnologia e nenhuma decisão judicial a limita.”

O Gabinete de Prestação de Contas do Governo (Government Accountability Office — GAO) estadunidense já auditou os algoritmos de reconhecimento facial do FBI no ano passado e conclui que falta exatidão e supervisão. “Não dá para saber quantas vezes o sistema identifica incorretamente. Pessoas inocentes podem ser acusadas injustamente, incluindo a implicação de ter investigadores federais aparecendo em suas casas ou empresas”, criticou Diana Maurer. integrante do GAO.

FBI ainda não falou sobre os questionamento feita pela comissão

Como já citada, a maior falha foi o sistema atribuir a maior parte dos delitos aos negros, principalmente as mulheres, e ignorar os brancos. “Acho que a questão vai além das preocupações relacionada à primeira emenda (que em resumo garante liberdade de expressão e religião)”, disse o deputado republicano Paul Mitchell durante a audiência. “Não quero apenas proteger alguém de ser identificado em um protesto político. A realidade é que devemos proteger a todos, a menos que haja uma ação de justiça criminal documentada válida.”

Ainda não há declaração do FBI a respeito, seja para falar sobre as recomendações do GAO ou os questionamentos feitos pela comissão.

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