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10 anos de Kindle: a história do leitor digital mais popular do mundo

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10 anos de Kindle: a história do leitor digital mais popular do mundo

A Amazon lançou o seu primeiro leitor de livros digitais, o Kindle, em novembro de 2007. Neste mês, faz 10 anos que aquele dispositivo meio grotesco e desajeitado mudou a forma como o mundo encara a literatura. O aparelho da Amazon não matou o livro de papel, mas com certeza deu uma nova vida para o livro digital, que estava sendo abandonado pelas empresas que começaram a se importar com o formato bem antes de 2007.

O Kindle da Amazon não foi primeiro nem o melhor leitor do gênero no momento de seu lançamento. Reviewers da época achavam que o aparelho concorrente da Sony era mais compacto e agradável para ler. Só que o Kindle tinha uma vantagem bastante apelativa: era possível comprar e baixar os livros diretamente a partir do dispositivo, enquanto outros leitores requeriam que o cliente baixasse os arquivos da web em um PC e, através de cabos USB, os enviassem para os leitores.

Os usuários adoraram a experiência de compra, mas o aparelho em si foi duramente criticado

Esse primeiro Kindle custava bem caro comparado com os preços que temos hoje, mas ele vinha com uma novidade inédita na época: conectividade EVDO, uma tecnologia de redes móveis 3G, que permitia aos usuários navegar na loja de livros da Amazon, comprar e fazer o download do material e começar a ler imediatamente.

Os usuários adoraram a experiência de compra, mas o aparelho em si foi duramente criticado. Ele tinha teclas dispostas em um formato estranho, botões de passar e voltar páginas eram problemáticos, entre outros pequenos desafios.

No início de 2009, a Amazon lançou a segunda geração do Kindle, um aparelho muito mais agradável de segurar, com 25% mais autonomia de bateria e mudança de páginas 20% mais rápida. A tela e-Ink do aparelho agora contava com 16 tons de cinza, e a rodinha de navegação havia sido substituída por um conjunto de cinco botões direcionais, bem mais em linha com a tecnologia da época.

Junto com esse aparelho de segunda geração, a companhia apresentou o Whispersync, a tecnologia que sincronizava a compra de livros e o estado de leitura entre todos os aparelhos conectados a uma conta Amazon. A empresa também lançou apps de leitura para iPhone e iPad nesse ano.

Em junho de 2009, a Amazon trouxe ao mercado o Kindle DX, um Kindle com tela grande, de 9,6’’, e densidade de 150 ppi. A tela girava automaticamente de acordo com a orientação física do aparelho, e havia um leitor de PDF incluso.

No ano seguinte, foi lançada a terceira geração do Kindle, também conhecida como Kindle Keyboard, basicamente uma versão melhorada do aparelho da segunda geração. Esse foi o primeiro Kindle de preço acessível, custando US$ 139 na época. Convertendo isso para a cotação do real de agosto de 2010, o dispositivo custava R$ 243 para compra no exterior, mas ainda não era vendido oficialmente por aqui.

O app do Kindle para Android chegou à Google Play neste ano.

Em 2011, o Kindle de quarta geração é lançado pela Amazon custando ainda menos: US$ 79 e com muito mais tecnologia. O aparelho havia abandonado o teclado e, agora possuía apenas alguns botões direcionais de navegação abaixo da tela.

Ele tinha 2 GB de espaço e era tido como uma versão mais em conta na comparação com o Kindle Touch, lançado no mesmo ano por R$ 99. Este foi o primeiro aparelho da empresa totalmente operado por tela sensível ao toque.

No ano de 2012, a Amazon começou a vender seus leitores digitais no Brasil. O primeiro aparelho foi o Kindle de quarta geração e, algum tempo depois, a companhia trouxe o Kindle Paperwhite para o país. Essa edição melhorada do Kindle era considerada pela Amazon a melhor versão do leitor até então, com tela iluminada, alta resolução e corpo compacto.

O Kindle Paperwhite 2, de 2013, foi uma melhoria do modelo lançado no ano anterior, mas sem muitas modificações. Contudo, ele aperfeiçoou o hardware especialmente na questão da iluminação da tela.

Em 2014, chegou ao mercado do Kindle 7, um modelo de entrada totalmente operado pela tela sensível ao toque, assim como o Paperwhite. A bateria dele era capaz de ficar até quatro semanas em uma carga em estado de uso moderado. No mesmo ano, a Amazon lançou o Kindle Unlimited, um serviço de assinatura de livros digitais que permite acesso livre a praticamente toda a biblioteca da empresa por uma tarifa mensal.

O segundo Kindle da Amazon para 2014 foi o Voyage, o primeiro leitor digital realmente premium da fabricante. Confira a nossa análise.

No ano seguinte, a tecnologia de tela do Kindle Voyage foi incorporada no Kindle Paperwhite de terceira geração, que agora tinha um display de 300 ppi. Ele também inaugurou algumas novidades em software, incluindo a fonte Bookerly.

No ano de 2016, foi a vez do Kindle Oasis de primeira geração aparecer no mercado. Ele colocou a Amazon em uma posição de fabricante de altíssima qualidade para leitores digitais e trouxe o primeiro redesign significativo para o Kindle em anos.

O display foi deslocado para o lado a fim de criar um centro de gravidade na palma do usuário e trouxe botões físicos discretos para passar as páginas. Ele vinha também com uma capa magnética inclusa que continha boa parte de sua bateria. O aparelho chegou ao mercado norte-americano por US$ 289, o Kindle mais caro desde 2009.

O Kindle 8 também foi lançado pela Amazon em 2016, com um design mais fino, leve e trouxe de volta a cor branca para as opções de compra do aparelho.

Em 2017, a Amazon introduziu ao mercado o Kindle Oasis 2, o primeiro leitor digital com resistência à água e poeira, com certificação IPX8. A tela ficou maior, e o design mais premium. A capa magnética, que no modelo anterior era praticamente obrigatória por conta da bateria extra, agora é opcional e não impacta mais na autonomia do leitor. O Kindle Oasis 2 é o mais recente aparelho da Amazon no Brasil e no mundo.

Com toda essa evolução, o Kindle virou praticamente sinônimo de leitor digital no mercado global. O aparelho matou muitos concorrentes ao longo do caminho, e iniciativas de livrarias brasileiras e internacionais não conseguiram suplantar o sucesso do aparelho da Amazon nessa última década.

Nós podemos ficar bem felizes em ver as pessoas usando um Kindle de quatro anos por aí

Ainda assim, o dispositivo não é algo que os compradores trocam anualmente, e a Amazon não se importa com isso. Em uma carta aos acionistas da Amazon em 2013, Jeff Bezos, CEO da empresa, disse que “não precisamos que nossos clientes estejam na esteira de atualizações todo ano. Nós podemos ficar bem felizes em ver as pessoas usando um Kindle de quatro anos por aí”.

Isso porque o aparelho em si não é o principal produto da Amazon, mas sim o serviço de venda e assinatura de livros. Essa filosofia mudou a forma como os livros digitais são vistos hoje e vem influenciando cada vez mais segmentos do mercado de tecnologia.

Mas agora nos conte o que você acha do Kindle? Você tem algum deles? Qual geração?

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