Gabinete EVGA DG-76 – review/análise
A EVGA é muito popular por suas placas de vídeo, mas nós já comentamos, há algum tempo, ela tem um portfolio que vai muito além das soluções gráficas. Em seu catálogo internacional, a marca tem placas-mãe, fontes de alimentação, coolers, laptops, mouses e gabinetes.
Nós já havíamos conferido produtos como o EVGA Hadron (voltado para PCs do tipo mini ITX), mas, agora, a marca apresenta soluções mais robustas para os PCs gamer no padrão ATX. Em uma parceria de longa data com o TecMundo, a marca fez questão de nos ceder um modelo para conferirmos suas inovações de perto.
Hoje, apresentamos o EVGA DG-76 em detalhes. Este é um gabinte intermediário que promete acomodar setups robustos, com placas grandes e até watercoolers com radiadores de 240 mm. Além do apelo na parte de hardware, a fabricante tem a carta do design em mão, num projeto que impressiona pelas peças de vidro e áreas que podem ser iluminadas com LEDs.
Será que a EVGA tem aqui um produto pronto para os gamers mais exigentes? Realizamos a instalação de um PC completo e fuçamos em cada canto do produto para trazer nossas impressões até você. Vamos ver os detalhes de perto.
Um dos aspectos mais importantes num gabinete é o visual, afinal de contas, ele acomoda os demais dispositivos, sendo então “a cara” (ou a aparência geral) da máquina. Este quesito é muito importante num projeto, já que o consumidor muitas vezes vai dar mais atenção à estética do produto.
A EVGA parece saber bem disso, ainda mais dada a concorrência ferrenha do segmento, de modo que ela apostou suas fichas numa tendência já de longa data, mas ainda requisitada: a janela transparente. Todavia, além da tradicional área translúcida na lateral, a marca também fez um trabalho coerente no design ao incluir uma área de vidro na parte frontal.
Sobre o vidro na lateral, vale mencionar que a marca adicionou o nome do produto em tamanho garrafal. Pensando em diagramação, o texto posicionado na vertical fica um bocado esquisito e deve incomodar os designers de plantão. É claro que ninguém fica olhando os detalhes a todo instante, mas o posicionamento na horizontal ainda deixaria a tampa em destaque e não causaria estranheza.
Outro detalhe importante é que a EVGA não apostou numa simples janela de acrílico, mas optou por uma peça em vidro reforçado. Tal opção deixa o visual muito mais elegante, já que não há partes de metal. O visual é incrementado aqui através de uma composição da cor preta nas bordas do vidro e uma área com opacidade ao centro, que possibilita ver os componentes de hardware.
O modelo que recebemos para review tem acabamento todo na cor preta, de modo que as peças apresentam pintura em tons de cinza. Isso deixa o visual muito sombrio e até nos incomodou um bocado o vidro numa tonalidade tão escura, que até dificulta a visualização das peças internas em setups com poucos LEDs.
Bom, uma coisa que facilita bastante o trabalho de instalação são os pinos nas tampas de vidro e também na peça plástica traseira — que evita a entrada de poeira excessiva e impede o acessoo fácil aos parafusos e demais itens. Basta desrosquear com a mão tais componentes para remover as peças de vidro, mas é bom tomar cuidado, pois elas pesam muito e qualquer deslize pode ser fatal para o vidro.
Apesar de genial na composição geral, o EVGA DG-76 deixa a desejar frente a alguns concorrentes, que já implementam sistema de dobradiça na tampa lateral, o que transforma a janela numa porta e facilita muito a exibição e manutenção das peças. Por outro lado, este gabinete da EVGA se destaca pela possibilidade de instalação da placa de vídeo na vertical (com uma peça opcional), o que deixa a GPU em evidência.
Para os jogadores que já preferem um gabinete com RGB LED, este modelo pode ser uma boa opção, já que ele vem suporte à tecnologia. Basta conectar um cabo no painel de controle e ligá-lo à placa-mãe. Depois, com o software da EVGA, é possível regular os efeitos de luzes, bem como sincronizar as cores dos mais variados dispositivos instalados na máquina.
Agora, falando em painel de controle, é importante comentar que ele fica numa posição de difícil acesso. Instalado na parte superior do gabinete, abaixo dos botões e conectores USB, é preciso fazer manobras para ligar alguns cabos. Aliás, toda a tampa superior poderia ter sido repensada, já que ela é um empecilho na hora de adicionar um watercooler.
A EVGA optou por evitar parafusos na parte externa do gabinete, mas isso resultou no posicionamento de parafusos em locais bizarros e dificultosos. Para tirar a tampa plástica superior e ter acesso ao chassi metálico (onde é possível fixar ventoinhas), é preciso inserir a chave Philips num local muito escondido, sendo necessário até remover a tampa frontal e trocar uma das ventoinhas de local.
Agora, o que deixa a usabilidade ainda mais problemática são as dimensões reduzidas. Diferente de outros gabinetes com maior espaço na parte superior, este EVGA deixa tudo muito apertado. Em nosso teste, não tivemos como instalar o watercooler Corsair H45 nesta região (de modo que ainda tivemos um trabalho para tirar e recolocar a tampa).
A solução neste caso foi colocar o radiador na parte traseira do gabinete. É claro que toda ação tem uma reação, então tivemos que realocar a ventoinha da parte de trás para o topo. Depois de todo um “baile” (e olha que não comentamos tudo em detalhes, pois tivemos ainda mais complicações) na instalação das peças, finalmente chegamos a outra etapa mais complicada: fixar a tampa plástica.
A área para instalação da fonte de alimentação foi planejada de forma inteligente. A fonte é inserida ela parte traseira (o que é bem diferente de alguns gabinetes que têm a inserção da peça pela lateral), de modo que é possível instalar os cabos com facilidade, para então realizar o gerenciamento dos componentes. Talvez, a única decepção aqui são os respiros, que deixam a bagunça dos cabos bem visível.
Ao lado da área da fonte, a EVGA deixou um espaço bem grande — e talvez até sem propósito para alguns jogadores. Esta região facilita a passagem de cabos e talvez ajude para quem pretende instalar um radiador de 240 mm na parte frontal. Todavia, se você passar os cabos todos por trás, este espaço vazio apenas deixa os cabos ainda mais aparentes.
A lateral direita do gabinete, onde ficam escondidos os cabos, tem alguns componentes que ajudam na organização dos cabos, mas este não é melhor exemplo de gabinete para tal tarefa. Nesta região, ainda temos duas baias para SSDs (ou HDs de 2,5″) e duas para HDs de 3,5″. A instalação das peças de armazenamento garante firmeza, mas não é algo tão simples quanto às gavetas de outros modelos.
No fim do dia, a experiência com a instalação dos componentes no gabinete EVGA DG-76 foi algo pouco prazeroso e muito trabalho. O projeto é bastante sólido e cheio de truques para garantir a estabilidade máxima dos dispositivos, mas o posicionamento de alguns elementos, bem como algumas soluções propostas pela marca, tornam esse processo bem complexo.
É claro que a maioria das pessoas vai realizar este procedimento uma única vez, porém achamos mais do que necessário relatar todas as dificuldades para que você esteja ciente caso decida optar pela compra deste gabinete. Sim, no fim das contas, o setup que configuramos ficou muito bonito, mas este não é um case apropriado para o nosso uso, por exemplo, já que testamos muitas peças.
Em questão de design, o EVGA DG-76 impressiona nos detalhes, principalmente pela combinação da tampa lateral e da peça frontal em vidro. Outro aspecto que chama muito a atenção é a qualidade de construção, uma vez que a marca teve muito capricho na escolha dos materiais, que são sólidos e garantem o tom de luxo ao produto.
Importante ressaltar que boa parte da elegância fica por conta do seu setup e do sistema de iluminação que você instalar no gabinete, porém os logotipos da EVGA brilhando na lateral e na frente podem dar um charme a mais. No geral, o DG-76 é um gabinete bonito, que deve ser uma boa opção para os gamers mais exigentes.
Por fim, mas não menos importante, temos que falar de preço. O EVGA DG-76 é um gabinete que ainda não está disponível no Brasil, então fica difícil compará-lo com outros concorrentes. Com base no valor praticado nos EUA, que é de 140 dólares (cerca de 460 reais), dá para dizer que a marca tem um produto com boa relação custo-benefício. Recomendamos o produto pelo visual e a qualidade das peças, mas deixamos a sugestão para a marca facilitar alguns processos em próximas atualizações do modelo.