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Monitor LG 27GK750F-B: vale a pena investir R$ 2.699 nos 240Hz?

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Monitor LG 27GK750F-B: vale a pena investir R$ 2.699 nos 240Hz?

No começo deste mês, a LG enviou o monitor gamer 27GK750F-B para fazermos alguns testes. Com tela Full HD de 27 polegadas, frequência de 240 Hz e tempo de resposta de 1 ms, ele ainda conta com a tecnologia FreeSync da AMD. Porém, o que isso tudo significa? Será que dá mesmo para perceber esses 240 Hz? Só vale para um PC mais parrudo ou também faz diferença para quem tem um computador mais humilde? Bom, vamos descobrir!

Ele tem um visual clean, sem muitos detalhes coloridos ou extravagantes. A montagem é bem fácil, tudo por encaixes e sem precisar de nenhuma ferramenta. As opções de ajustes também são boas e simples: você mexe na altura, na inclinação, o vira de um lado para o outro e o deixa ao comprido sem esforço.

Além de ajudar no ajuste, a malemolência é bem útil para encaixar os cabos na traseira do monitor. Ele tem duas portas HDMI 2.0, um display port 1.2, duas USB 3.0 e vem com cabos para todas essas entradas. Ele também traz uma saída para fone de ouvido, mas infelizmente não há alto-falante embutido.

Esse monitor da LG tem taxa de atualização de 240 Hz, uma das mais altas do mercado. Isso quer dizer que ele atualiza a imagem bem mais rápido do que um de 60 Hz ou 144 Hz, gerando, em teoria, uma imagem mais fluida – o que é verdade em algumas situações, e a gente já vai falar mais sobre isso. Mas essa velocidade vem com um custo: o tipo de painel.

Esse modelo usa o painel TN, que suporta a velocidade mais alta, mas perde para um do tipo IPS quanto a cores e, principalmente, campo de visão. Os painéis IPS têm um tempo de resposta mais alto e não suportam nem 1 ms nem 240 Hz. Quando colocado lado a lado com um monitor IPS, não notei muita diferença nas cores, mas ele perde, sim, quando falamos de ângulo de visão.

Agora, a pergunta que não quer calar: essa frequência faz mesmo diferença? Para responder, testei o monitor com cinco jogos – League of Legends, CS:GO, For Honor, Mirror’s Edge e o teste de Benchmark de Bioshock Infinite. Para isso, usei o monitor LG lado a lado com outro modelo gamer do mesmo tamanho, frequência de 60 Hz e painel IPS. Eu testei com e sem vsync, assim como com o monitor da LG configurado para 144 Hz e 240 Hz, para analisar se faria muita diferença. E isso foi o que eu percebi:

Jogando a 60 FPS, não notei praticamente nenhuma variação, independentemente de o monitor estar a 144 Hz ou 240 Hz ou de o vsync estar ligado ou não.

Porém, quando a gente parte para mais de 60 FPS é que a coisa pega. A diferença é grande, e nem precisa ir muito alto para perceber – no CS:GO, perto dos 70 FPS já dava para sentir bem. A imagem fica mais suave, mais fluida, menos engasgada. Não dá para afirmar que é algo que pode melhorar o seu desempenho no jogo porque isso varia muito de pessoa para a pessoa, mas a percepção da imagem é, sim, bem diferente.

A melhoria já foi notável com o monitor em 144 Hz – como referência, eu rodei o LoL a 150 FPS, CS:GO a 250 FPS e For Honor a 180 FPS. Já em 240 Hz, o máximo, eu não notei muita diferença em comparação com a frequência de 144 Hz. Claro, nem todo mundo enxerga da mesma forma, e essa percepção vai de cada um – mas eu garanto que 144 Hz já é bom demais.

O LG 27GK750F-B tem muitos recursos que prometem melhorar a imagem, mas o de maior destaque é o FreeSync. Para entender o que ele é, vamos falar de vsync, FreeSync, GSync. Tudo isso existe para sincronizar a atualização de imagem da placa de vídeo com a do monitor.

Vamos usar como exemplo um jogo em 100 FPS e um monitor com 60 Hz: o que acontece é que a imagem do jogo vai atualizar mais rápido do que o monitor. Como essas duas coisas não estão sincronizadas, pode acontecer de a placa de vídeo atualizar a imagem bem no instante que o monitor está “parado”, e aí se dá o efeito tearing, que é quando você enxerga a imagem durante a mudança, e ela fica cortada – algo que ninguém quer.

Para corrigir isso, a grande maioria dos jogos tem a função de vsync, que você com certeza já viu e provavelmente já ativou. Ela sincroniza a taxa de quadros do título com a do monitor e usa buffers para garantir que a placa só vai mandar uma imagem completa para a tela. Muitas vezes funciona, mas, além de possivelmente impactar nos FPS, acrescenta um atraso no game. Para alguns, é perceptível; para outros, não – mas ele existe. Se quiser saber mais sobre o assunto, há um artigo aqui no TecMundo  falando sobre isso.

E é aí que entram as tecnologias FreeSync, da AMD, e GSync, da NVIDIA. Com elas, a placa e o monitor conversam diretamente, garantindo a sincronia e, teoricamente, sem atraso – é a frequência do monitor que acompanha os quadros do jogo, em tempo real, e não ao contrário. No caso do LG 27GK750F-B, ele é equipado com a tecnologia FreeSync, e você só vai poder usufruir se sua placa for AMD.

Nós fizemos os testes com o CS:GO, e o resultado foi bem satisfatório: sem tearing, e, na minha percepção, sem lag. A questão é que o vsync de buffer triplo do título retornou o mesmo resultado, e não consegui ver nenhuma grande diferença entre as duas opções. Quando a gente compara sem vsync ou até mesmo com vsync buffer duplo, aí sim ela aparece.

A única desvantagem que notei no FreeSync é que, quando o jogo passa dos 240 FPS, o monitor não consegue acompanhar, e o tearing aparece de novo. Aconteceu isso quando o ele estava rodando a 290 FPS. Claro, dependendo do game você pode fixar os quadros em 240, mas aí você já vai estar mexendo nele para a ferramenta funcionar. No caso do vsync, ele está ativado no título, então, na mesma situação dos 290 FPS ele travou o jogo em 240 (o máximo do monitor), e não houve tearing.

No final das contas, o FreeSync funcionou, sim – só que, nos meus testes com o CS:GO, não foi tão diferente assim do tradicional vsync de buffer triplo.

Os outros recursos do monitor são Motion Blur Reduction, Dynamic Action Sync, Black Stabilizer e Crosshair. Ele também vem com quatro presets de fábrica – dois para FPS, um para RTS e outro para a leitura – e mais dois livres para o usuário. A configuração é bem fácil; o aparelho tem um botãozinho semelhante a um joystick pequeno, e você faz tudo por ele. A interface é clara e intuitiva.

Vamos agora para detalhes sobre cada um dos recursos. O Motion Blur Reduction é o que te dá o 1 ms de tempo de resposta (o tempo que cada pixel leva para mudar de cor). Quanto menor for, menos “borrões” na tela. Um detalhe importante é que não dá para usar o FreeSync e esse efeito ao mesmo tempo. Eu testei essa função em vários jogos e situações e não consegui perceber a diferença. Acho que só quem tem visão extremamente afiada vai sentir o efeito do Motion Blur Reduction.

Já o Dynamic Action Sync mexe com o tempo de resposta, com quatro opções (desligado, normal, rápido e mais rápido), enquanto o Black Stabilizer “clareia” a imagem e facilita a visão em áreas escuras – segundo a fabricante, pode ajudar você a ver inimigos escondidos no escuro.

Por fim, o Crosshair é bem simples: um ponto ou uma cruz que fica sempre no centro da sua mira. Quando isso já existe no jogo, é um pouco redundante – como no CS:GO –, mas pode ajudar em outros títulos. Alguns podem dizer que isso é trapaça, mas vai da consciência de cada um.

Esse não é um monitor barato – o preço sugerido é de R$2.699,00. Considerando esse valor e todos os testes, qual é o veredito? Bem, vamos por partes, pensando em vários cenários:

Se você não tem uma placa da AMD, infelizmente vai estar pagando por uma função que não vai poder usar – o FreeSync. Apesar de ser bem parecido com o vsync, ainda é um diferencial importante do monitor, então seria um desperdício comprá-lo e não poder usufruir. Ou seja, sem uma placa de vídeo da AMD, vai ser difícil o monitor valer a pena.

E se você tiver uma placa AMD, mas rodar seus jogos só abaixo ou a 60 FPS? Vale gastar com esse monitor? Como sabemos pelos testes, não. Praticamente não há qualquer diferença perceptível, e você só vai estar pagando a mais por Hertz que não vai usar.

Agora, se você consegue rodar jogos acima de 60 FPS – principalmente em 240 FPS –, vai de fato sentir uma diferença considerável. O importante é colocar na balança a capacidade da sua máquina, a frequência do monitor, o tipo de painel, a resolução e todos os outros recursos que mencionamos aqui e refletir se ele vale a pena para você.

Trata-se de um excelente monitor dentro das suas especificações, mas talvez você prefira um painel IPS ou uma resolução maior em vez de uma frequência tão alta, por exemplo. Depois de todos os detalhes e comparativos deste review, você já está armado com conhecimento suficiente para avaliar e decidir se ele é ou não o monitor ideal para você.

Monitor LG 27GK750F-B: vale a pena investir R$ 2.699 nos 240Hz?

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