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Termômetro inteligente fornece dados para anúncios e ações preventivas

Inúmeras soluções têm pavimentado o caminho rumo à internet das coisas em praticamente todos os setores. No segmento da saúde, a Kinsa é uma das companhias que faz parte dessa construção. A empresa norte-americana de tecnologia é especializada em criar termômetros inteligentes que se conectam ao celular de seus usuários por meio de um aplicativo. Nesse aparelho, eles visualizam seu histórico de saúde, possíveis sintomas de doenças e outros dados, conforme sua temperatura corporal. Mas não é só isso: essas informações também são enviadas a anunciantes, hospitais, universidades e órgãos públicos.

De acordo com a Kinsa, mais de 1 milhão de norte-americanos possuem seus termômetros, que custam entre US$14,99 e US$49,99. O número desses usuários é bem considerável, especialmente porque os aparelhos contribuem para mapeamento de locais em que a gripe, por exemplo, esteja em crescimento, além de facilitar o diagnóstico de outras doenças de forma mais detalhada. A empresa também garante que seu método de coleta é mais eficiente, já que os dados são atualizados em tempo real. Tradicionalmente, isso é obtido a partir de pesquisas baseadas em visitas de pacientes a hospitais, vendas em farmácias e busca de sintomas na internet. Esse tipo de metodologia, segundo a Kinsa, geralmente leva de duas a três semanas para determinar áreas com surto de gripe.

A redução do tempo de coleta de informações também facilita a ação do governo e hospitais, que podem tomar medidas mais rápidas de prevenção desse tipo de epidemia. Embora a gripe pareça simples e passageira, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, houve a estimativa de entre 291.000 e 646.000 casos de morte relacionadas à doença no mundo em 2017.

Os dados fornecidos anonimamente — e-mail e telefone não são veiculados — pelos usuários do termômetro inteligente são explorados pela própria Kinsa como forma de melhorar seus serviços e resultados. Mas funcionam ainda como renda adicional para a empresa, pois podem ser comprados por outras companhias. Exemplo disso é a Clorox — indústria norte-americana de produtos de higiene e limpeza.

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De acordo com o The New York Times, ela já adquiriu esse tipo de informação para vender seus produtos químicos em locais onde houve aumento de algum sintoma da gripe, como febre. Isso faz muito sentido, já que o recomendado é redobrar a higiene e limpeza em períodos nos quais esse tipo de doença tende a se disseminar, como ocorre no inverno.

Estratégias desse tipo não são novas, pois elas têm sido exploradas por empresas, como Google e Facebook, que usam seus algoritmos para segmentar anúncios dentro de suas plataformas. A diferença é que agora essa tendência deve se expandir para outras situações de nossas vidas.

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